domingo, 19 de agosto de 2012

Quem não dá o dizimo é ladrão? E quem rouba é o que ? Parte 5


E os lideres da Igreja o que pensavam sobre o assunto?

*Irineu. Considerou o dizimar uma
lei judaica que não se requer dos cristãos, porque os cristãos receberam a
“liberdade” e devem dar sem constrangimento externo ( Haer. 4,18,2)

*Orígines. Considerou que o dízimo
era algo que deveria ser ultrapassado, de longe, pelos cristãos nas suas distribuições.
( In num. Hom. 11).

*Justino Mártir. Observa que cada
domingo “aqueles que prosperaram e tem esse desejo, contribuem, cada um na
quantidade que quiser. E aquilo que for coletado é depositado com o presidente,
e ele cuida dos órfãos e das viúvas, e dos necessitados... e daqueles que estão
presos e dos forasteiros que habitam entre nós” (1 Apol. 67; cf. também Apost.
Const 2, 27).

Sendo assim para os antigos líderes da
Igreja, o dízimo era coisa do passado, agora um novo principio para as dádivas
os guiava, e os impulsionava a compartilhar- a bondade de Deus e a compulsão
interna do espírito santo.


E o que diz a História?

O dízimo foi reintroduzido na Igreja como meio de sustentar o clero através de
um decreto do rei Carlos Magno (785 d.c) Já não davam ao povo uma opção 2013
eram tributados para o sustento da igreja quer gostassem, quer não. Antes não
existia essa pratica na Igreja segundo a história nos relata.


E o que diz o novo testamento?

É surpreendente descobrir, que em nenhuma ocasião, o dízimo é mencionado em
nenhuma das instruções dadas à igreja. Jesus mencionou escribas e fariseus que
dão o dízimo, mas nunca mandou seus discípulos darem o dízimo. O escritor aos
hebreus se refere a Abraão que pagou os dízimos, e a Levi que pagou seu dízimo
a Melquisedeque através de Abraão. Mas nunca ensinou seus leitores a seguirem o
exemplo deles.


Paulo escreve acerca do repartir as posses materiais para cuidar das
necessidades dos pobres ( 1 co 16:1-3; 2 co caps 8-9; ef 4: 28) e para
sustentar o ministério cristão (1 co cap. 9). Insiste na generosidade e a
recomenda (2 co 9: 6; 8:1-5) mas nunca exige, nenhuma só vez, como mandamento
da parte de Deus, que qualquer montante específico seja dado. A totalidade do
vocabulário especial de Paulo acerca das contribuições (Charis,=Graça, 1 co 16:
3, coynonia= comunhão,2 co 8:4; diakonia= serviço,2 co 8:4,9:1; eulogia=louvor,
benção 2 co 9:5, e seu ensino explícito sobre o assunto (romanos 15:25-28;1 co
9:8-18;2 coríntios caps 8-9) indicam que, para o cristão a contribuição é
voluntária ,um ato da livre vontade, o compartilhar não compulsório das suas
posses materiais, sem montante estipulado como seria uma taxa ou um dízimo. 



Revisado pelo Pastor Sergio Henrique.

Análise
- Abraão e Jacó dando dízimos

Há duas passagens Bíblicas que falam de um dízimo sendo
dado antes que a Lei fosse instituída no Sinai. As passagens envolvem Abraão e
Jacó, dois dos patriarcas de Israel.


A primeira a ser analisada é sobre Abraão, Gênesis
14:17-20: "E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de
ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é
o vale do rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este
sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo
Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o
dízimo de tudo. [Todas as citações são da Almeida Corrigida Fiel]"



Nesta passagem, somos ditos que Abraão deu um dízimo a
Melquisedeque, presumivelmente como uma expressão de gratidão a Deus por
capacitar-lhe e conceder-lhe resgatar seu sobrinho Ló, que tinha sido levado
cativo. 


Aqueles que crêem que o dízimo é mandatório para os crentes
do Novo Testamento argumentam que, uma vez que o dízimo foi praticado antes que
a Lei Mosaica fosse dada, ele forçosamente também tem que ser praticado depois
da Lei Mosaica (que tem sido feita obsoleta pelo estabelecimento do Novo Pacto,
através do sacrifício de Cristo) (He 8:13). 


No entanto, antes que cheguemos a qualquer decisão dura e
apressada, olhemos de mais perto o texto [acima] e façamos algumas observações
pertinentes:

- Não há nenhuma evidência neste texto de que dar o dizimo foi ordenado por Deus. De
fato, tudo no texto nos leva a crer que dar o dízimo foi, completamente, uma
decisão e [livre] escolha de Abraão. Como tal, foi completamente voluntária.
Diga-se também que o dízimo, na Lei, de modo algum era voluntário, mas sim
obrigatório a todo o povo de Deus.

- Ademais, este é o único dízimo que as Escrituras
mencionam que Abraão jamais deu [em toda a sua vida]. Não temos nenhuma
evidência de que dar o dizimo era sua prática geral [habitual, constante].

- Ainda mais, este dízimo proveio do despojo da vitória que
Abraão adquiriu por poderio militar (Hb 7:4). O dízimo exigido sob a Lei
Mosaica era sobre o lucro da colheita, dos frutos e dos rebanhos, e para ser
dado em uma base anual - não o despojo de uma vitória militar!

Sobre Jacó, Gênesis 28:20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus
for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e
vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por
Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo
quanto me deres, certamente te darei o dízimo.”


Jacó, nesta passagem, está fazendo um voto em resposta a
uma visitação que recebeu de Deus, em um sonho. Neste sonho, Jacó viu uma
escada alcançando o céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela. No
sonho, Deus estava de pé, acima da escada, e disse a Jacó "... Eu sou o
SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás
deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó
da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em
ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; E eis que
estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta
terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho
falado." 
(v. 13-15). 

Em resposta, Jacó fez o voto que, se Deus guardasse Sua
promessa, ele, por sua vez, daria a Deus um dízimo. Novamente, em semelhança ao
exemplo de Abraão, parece que este dízimo foi voluntário da parte de Jacó. Se
ele de fato começou a dizimar [a Bíblia não o registra] depois que Deus cumpriu
a promessa que lhe fez, Jacó ainda adiou o dizimar por 20 anos! [até depois da
volta a Canaã.]

Estes dois são os únicos exemplos de dar o dizimo que podem ser
encontrados no Velho Testamento antes da Lei ser dada. Ambos são exemplos de “algo
voluntário”
, e nenhum desses dois exemplos dizimar foi pedido por Deus. Em
nenhum dos personagens [Abraão e Jacó, que deram estes dois dízimos], vemos um
exemplo de dizimar como uma prática geral [habitual, constante] de suas vidas.
De fato, na vida de Abraão, parece que temos um dízimo como algo que ele só deu
uma única vez em sua vida, e foi [um dízimo] dos despojos de uma vitória
militar, dado a um sacerdote de Deus. Se nossa única evidência para obrigar
crentes sob o Novo Pacto a dar o dizimo se apóia nestas duas passagens de Gênesis,
parece-me que estamos nos apoiando em um fundamento muitíssimo inseguro!


Outro comentário sobre Abraão e Jacó darem o dízimo: 

Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em Gênesis) foram eventos únicos e
voluntários, envolvendo mais do que dinheiro. O exemplo de Abraão foi o do
dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma guerra (Hebreus 7:2;
Gênesis 14:20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar pessoalmente
qualquer despojo dessa guerra, (Gênesis 14:22-24), aparentemente ele dizimou o
que pertencia aos outros... ou o que poderia depois lhe pertencer. Nada
existe na Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua renda ou
riqueza, em tempo algum.


Abraão recebeu uma bênção e em seguida deu o dízimo, aparentemente fora
de um hábito social, sem qualquer mandamento divino para fazê-lo. (Gênesis 14 e
Hebreus 7:1).


O exemplo único de Jacó [de dizimar] foi prometido SE Deus fizesse
algo por ele, e a Escritura não esclarece se Jacó de fato o cumpriu (Gênesis
28:22). De qualquer maneira, estes dois exemplos esclarecem que o dízimo
antes da lei
 não era obrigatório, mas voluntário. Visto como a
Escritura só registra incidentes dessa uma única vez em que o dízimo foi dado
(antes da lei), fica claro que essa não era uma prática rotineira... Também,
tendo em vista que Jacó prometeu dizimar o que ele já possuía e lucrava (quer
dizer, possuía totalmente, não em crédito ou mercadoria baseados em hipóteses),
entende-se que ele pretendia dizimar sobre os lucros. Isso é importante.



Os que procuram tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e
rotineiro, afirmando ter ele existido “antes da lei”, não estão ensinando como
ele realmente foi dado, “antes da lei”. Notem ainda as seguintes escrituras
mostrando a natureza voluntária de como se ofertava antes da lei (Êxodo 35:5,
21, 22, 24, 29).



Alguns mestres da obrigação de dizimar usam as Escrituras exigindo que se TRAGA, em
vez de DAR o dízimo, a fim de provar que este é obrigatório. Como veremos mais
tarde, o dízimo na lei era obrigatório, enquanto as passagens que
mencionam o dízimo ANTES DA LEI dizem que este era DADO.

Continua na próxima postagem....

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