domingo, 19 de agosto de 2012

Quem não dá o dizimo é ladrão? E quem rouba é o que ? Parte 4

Vejamos um outro exemplo:
”O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos.
Guia-me mansamente às águas tranqüilas”
 Salmo 23:1,2. 



Contextualização:


PASTOR = Líder espiritual. Aquele que nos conduz com segurança pelos caminhos
da vida.


DEITAR = Descansar pela fé. Depor nossos
fardos.


VERDES PASTOS = A Palavra de Deus. A
alimentação providenciada pelo Pastor.


ÁGUAS TRANQUILAS = A água viva que acaba
com a sede do espírito. (João 4:13,14)


Imaginemos agora
alguém dizer que Jesus é o nosso líder espiritual (PASTOR), aquele que nos faz
descansar pela fé (DEITAR) e nos alimenta com a Palavra (VERDES PASTOS). É ele
também o Deus maravilhoso que nos concede um litro de água mineral bem gelada
para mitigar a nossa sede. Que contextualização descabida é esta que se aplica
apenas à uma parte do verso? A expressão “águas tranqüilas” não pode ter
aplicação literal isolada. Não é H2O.



Desta forma, Malaquias 3:10 contextualizado na versão da Bíblia na Linguagem do
Dinheiro ficaria assim: “Trazei DEZ POR CENTO DE VOSSOS SALÁRIOS à
DENOMINAÇÃO para que haja A PALAVRA DE DEUS na IGREJA.”



Ora, a Palavra de Deus pode ser comprada?
Se sim, em que termos? Por hora, por dia, por capítulo ou versículo? A vista ou
a prazo? Com cheque, dinheiro ou cartão de crédito? E as igrejas que não têm
dinheiro? Ficarão sem a Palavra de Deus? E aqueles que têm muito dinheiro?
Poderão adquirir mais “Palavra de Deus” que os seus irmãos mais pobres? A quem
será paga esta Palavra? Bancando o salário do clero estaremos automaticamente
pagando a “Palavra de Deus?”


E as igrejas sem pastores como serão?
Ficarão sem a Palavra?



EU O SENHOR NÃO MUDO (Mal. 3:6)



Os homens tentaram
modificar a palavra de Deus, mas note que inserido no próprio texto do profeta
Malaquias, antes das instruções dizimistas dos versos 8 a 10 do capítulo 3,
Deus declara que Ele não muda. Uma importante advertência aos que pretendem
modificar o sentido da mensagem adaptando-a a interesses financeiros.

Deus não muda porque os dízimos em Malaquias continuam tendo ligação com à
agricultura, com os frutos da vide, com o mantimento.

Mas, para os obedientes, a benção. Benção detalhada no verso 11 do capítulo 3.
Observe bem a descrição bíblica. A benção é prometida àqueles que trouxessem os
dízimos à casa do tesouro (e a quem deixasse de roubá-los). Toda a bênção é
de conseqüência agrícola
.


“Repreenderei o devorador, para que
não vos consuma o fruto da terra. A vossa vide no campo não será estéril, diz o
Senhor dos Exércitos.”



O que fazem os que dão o dizimo? Tomam a última
parte do verso 10 que antecede o texto acima e mudam o sentido da benção. “E
depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as
janelas do céu, e não derramar uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança”.



Ora, abrir as janelas dos céus é oferecer
boas condições climáticas, chuvas, para que a colheita fosse farta. Era um
assunto especificamente destinado aos  agricultores que davam os dizimos. Pessoas ligadas
à terra! Os outros profissionais judeus, pescadores, carpinteiros, padeiros,
guardas, nada tinham a ver com esta briga!

Como então dizer que o devorador aqui é o
diabo? Que o fruto da terra são nossos empregos? Que a abastança é dinheiro,
prosperidade?



É triste a situação daqueles que sempre dão dez por cento de seus salários para
a igreja e ficam aguardando indefinidamente pela benção da abastança. Quando
ela não vem eles re-interpretam o texto dizendo que a abastança citada por
Malaquias é saúde, paz, amor e esperança. 


Ainda falando do “devorador”:
Muitos tem pregado que o Dízimo é uma “proteção” das finanças contra o demônio
chamado “devorador”. Este devorador, é bom que se diga que não se trata de um
“demônio”como muitos dizem. Isto é um erro grosseiro de interpretação da
Bíblia. Vamos analisar:

No verso 11 fala de um devorador na forma de “juízo de Deus”, são pragas nas
plantações. O contexto deste verso está, além das passagens anterior e
posterior a este versículo, também em Dt 28:38 onde este “gafanhoto” faz parte
dos “castigos da desobediência”, veja: “Lançarás muita semente ao campo;
porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.”
 Isto é uma das
muitas conseqüências da desobediência do povo de Israel se caso desobedecesse
os mandamentos do Senhor.

Para verificar que este gafanhoto é um
instrumento de juízo do Senhor, veja também em Joel 1:4 e principalmente Amós
7:1, veja este último o que diz: “Isto me fez ver o Senhor Deus; eis que ele
formava gafanhotos ao surgir o rebento da erva serôdia; e era a erva serôdia
depois de findas as ceifas do rei.”
 Note a relação “Desobediência e Juízo
de Deus como conseqüência”.


Uma cadeia de equívocos interpretativos
ocorre, pois quando lemos estes quatro versos (8, 9 ,10 e 11) com a devida
atenção fica claro que o contexto é de bênçãos materiais e não espirituais.
Abastança! Colheita farta! Frutos na vide! Sem devorador! Sem gafanhotos
destruindo as lavouras. O tema é benção material e não saúde, paz, amor e
esperança!

Deus não muda e uma desilusão hermenêutica poderá levar a outros erros em
série. O fim será uma forte decepção com a religião e com Deus que nenhuma culpa
tem neste processo. Mudaram o texto. Distorceram as palavras de Malaquias! Mas
o nosso Deus continua sempre o mesmo!



ADVERTÊNCIA FINAL



Já que os nossos líderes religiosos
querem tomar para si a aplicação do texto de Malaquias, sugerimos que absorvam
primeiramente a grande mensagem contida no capítulo 2 verso 7: “Pois os
lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens
procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.”.



Os líderes tem a responsabilidade de
guardar e de manter o conhecimento. Pastores e líderes devem passar para o povo
a instrução correta, pois são os depositários da verdade. Precisam parar de
ensinar heresias, distorcendo textos aqui e acolá. Os "sacerdotes"
modernos precisam assumir o papel de mensageiros do Senhor dos Exércitos. Não
podem enganar os filhos de Deus. Onde está a coragem sacerdotal para dizer à
igreja toda a verdade do livro de Malaquias? “Mas vós desviastes do caminho
e a muitos fizestes tropeçar...
” Mal 2:8


Quanto a nós cristãos membros comuns da
igreja, não somos ladrões. Não estamos furtando a Deus. Estamos livres em
Cristo vivendo felizes sob o novo concerto. A graça de Jesus já nos libertou
destes dogmas. Altar de incenso, circuncisão, dízimos são temas do velho concerto.
Nós vivemos numa outra época. “Cada um contribua segundo o seu coração. Não
com tristeza ou por necessidade, pois Deus ama o que dá com alegria
”. (II
Cor. 9:7).


A superstição criada pela doutrina do
dízimo não condiz com a mensagem de liberdade do novo concerto. A crença de que
seremos amaldiçoados se não dermos dez por cento de nossos salários à igreja é
um engodo e tanto. Superstição. Simplesmente superstição. Não importa qual seja
o ritual.


Algumas pessoas usam ferraduras atrás da
porta, outros andam com folhas de arruda sobre a orelha e muitos cristãos dão
dízimos de seus salários para afastar as maldições de Malaquias.

A superstição é uma ferramenta perfeita
nas mãos de líderes religiosos. Sempre foi assim. Na idade média as pessoas
acreditavam que comprando indulgências escapariam do purgatório indo
diretamente para o céu. Quanto dinheiro o clero medieval não amealhou durante
séculos explorando a crendice supersticiosa de milhões de sinceros!



Hoje líderes religiosos árabes enganam jovens humildes com a “Doutrina da
Guerra Santa”. Eles criaram a superstição que garante o Céu aos muçulmanos que
morrerem em combate. Ser um homem bomba suicida é lucro. É passaporte garantido
para o paraíso eterno.


Também foi uma tola superstição como esta
que fez aquele pobre paralítico “mofar” 38 anos às margens do tanque de
Betesda. Ele e os demais acreditavam que um anjo de vez em quando aparecia por
ali e mexia a água. O primeiro doente a pular dentro do tanque ficava curado.
Superstições! Superstições!



Hoje, cristãos sinceros deixam de comprar gêneros de primeira necessidade para
pagar dízimos às suas igrejas. Põe dez por cento de seus salários num envelope,
lançam-no na salva de ofertas e saem aliviados. “Agora Deus vai me abençoar. Já
cumpri minha parte”. A superstição é tão forte que alguns chegam a pagar
dízimos com cheques pré-datados afim de se livrarem da maldição de Malaquias.


A SUPERSTIÇÃO é a contramão da GRAÇA. A
superstição manda cumprir exigências a fim de se livrar das conseqüências. A
graça já nos fez conseqüências. Somos a conseqüência do amor de Deus. Ele tomou
a iniciativa e cravou a lei cerimonial na cruz declarando que somos livres! 


Aconteceu com os discípulos e acontecerá
com você. Embora fossem judeus não eram judeus. Você consegue imaginar Pedro,
Tiago e João pagando dízimos ao Templo, a instituição corrompida que matou
Jesus?


Eles eram homem livres. Os rebentos do
novo concerto. Tinham um ministério de auto-sustentação descompromissado com o
sistema judaico. O único discípulo de Jesus a ganhar dinheiro da “Obra” (do
Templo) foi Judas Iscariotes. Os sacerdotes pagaram-lhe trinta moedas pela
traição fatal. Coincidência ou não, era ele também um grande ladrão!


Continua na próxima postagem....

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