domingo, 19 de agosto de 2012

Quem não dá o dizimo é ladrão? E quem rouba é o que ? Parte 7(Ultima parte)

3:8 Este verso nos diz que quando um homem retém seus
dízimos ele está roubando, na realidade, a Deus. Isto porque ele está retendo
algo que não lhe pertence, antes é propriedade de Deus. Sob o Velho Pacto, o
dízimo era mandatório, portanto retê-lo era se tornar um ladrão. Note também
que Deus diz que o povo o estava roubando em dízimoS. Ele não disse no "dízimo",
mas sim nos "dízimoS" (plural). Estes "dízimos" têm que se
referir aos diferentes dízimos requeridos do povo de Deus (o Dízimo para o
Levita, o Dízimo para as Festas ao Senhor, e o Dízimo para os Pobres).
Adicionalmente, observe que Deus não está condenando o reter apenas dos
dízimos, mas também das ofertas. Estas, sem dúvida, referem-se às ofertas
especificadas em Levíticos 1-5, tais como a oferta queimada [holocausto], a
oferta dos manjares, a oferta de paz, a oferta pelos pecados, e a oferta pelas
culpas. Todas estas ofertas eram constituídas, principalmente, de sacrifícios
de animais. O suprimento de comida e mantimento para os Levitas era provido, em
grande parte, através destes sacrifícios de animais, dos quais os Levitas eram
permitidos participar [comendo-os], em certos casos. Uma importante pergunta
emerge a este ponto. Por que é que reconhecemos que o sacrifício de animais não
é coisa para o Novo Pacto, mas dizemos que o dízimo o é? Se estivéssemos sob a
obrigação de pagar dízimos hoje, então, certamente, ainda estaríamos obrigados
a oferecer sacrifícios de animais. Deus amarrou um ao outro (os dízimos e os
sacrifícios), e disse que Seu povo O estava roubando por reter a ambos. Não
podemos decidir "pegar e escolher" qual dos dois ofereceremos a Deus,
hoje. Das duas uma: [a] estamos sob a obrigação de oferecer ambos, tanto
dízimos como ofertas de animais (sacrifícios), ou ambos [dízimo e sacrifício]
têm sido abolidos pela ab-rogação da Lei Mosaica.


3:9 Aqui, somos ditos que, como o povo de Israel estava
retendo os dízimos e ofertas, conseqüentemente estava amaldiçoado com uma
maldição. Note que o verso não diz "Com maldição sois amaldiçoados, porque
a mim me roubais, sim, toda a humanidade." Ao contrário, diz "Com
maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta
nação." Se dizimar fosse um mandamento moral e eterno para todos os povos
de todos os tempos, então todos estes estariam sob maldição. Mas nosso texto
somente diz que é toda nação de Israel que estava sob a maldição. Agora, o que
é interessante sobre esta "maldição" é que, em Deuteronômio 28, somos
ditos que se Israel, sob a Lei Judaica, desobedecesse os mandamentos de Deus,
então a nação seria amaldiçoada. Note os seguintes textos: Deuteronômio 28:18 "Maldito
o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das
tuas ovelhas. 23 E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a
terra que está debaixo de ti, será de ferro. 24 O SENHOR dará por chuva sobre a
tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças. 38 Lançarás
muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.
39 Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as
uvas; porque o bicho as colherá. 40 Em todos os termos terás oliveiras; porém
não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira. E todas
estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que
sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares
os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado;"
 (Dt
28:18, 23-24, 38-40, 45). Nestes versos, Deus adverte que, se o Seu povo
desobedecesse Seus mandamentos e estatutos, então as ceifas dele falhariam, as
chuvas não viriam, as colheitas seriam pequenas, a locusta [tipo de grilos ou
gafanhotos] consumiria a comida, e o fruto das árvores falharia.


3:10 Nesta passagem, Deus fala da "casa do
tesouro". Com base em Neemias 12:44, sabemos que isto se refere às câmaras
no Templo, postas à parte e designadas para guardar os dízimos dados pelo povo
para o sustento dos sacerdotes [e a todos os demais levitas]. Não existe sequer
um fiapo de evidência de que devemos associar estas "casas do
tesouro" aos prédios das igrejas para os quais os crentes do Novo Pacto
devem trazer seus dinheiros. Ademais, a razão pela qual Israel devia trazer
todos os dízimos para dentro da casa do tesouro era que houvesse [bastante]
alimento na casa de Deus. Deus estava interessado em que os levitas tivessem
comida para comer. Este era o propósito daqueles dízimos que eram trazidos para
o Templo de Deus. Somos ditos, também, que se o povo de Deus fosse fiel em
trazer seus dízimos para a casa do tesouro, Deus abriria as janelas do céu e
derramaria para eles uma bênção até que transbordasse. Isto sem dúvidas
refere-se à promessa de Deus de trazer abundantes chuvas para produzir a bênção
de uma transbordante ceifa.


3:11 Neste verso, Deus promete que se Israel trouxer os
dízimoS [e as ofertaS], Ele repreenderá o devorador para que não destrua o
fruto da terra. Sem dúvidas, o "devorador" é uma referência às
locustas que Deus adverte que virão sobre os campos de Israel se o povo falhar
em trazer o dízimo (Dt 28:38; vide acima).


3:12 Neste verso, Deus graciosamente promete que, se Israel
for obediente no dar os seus dízimoS e ofertaS, todas as nações a chamarão
abençoada. É interessante que Deus não apenas advertiu Israel de que seria
amaldiçoada se desobedecesse a Lei Mosaica, mas também prometeu que seria
abençoada se a obedecesse. Note estes textos, "1 E será que, se ouvires
a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos
que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da
terra. 2 E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a
voz do SENHOR teu Deus;
 (Dt 28:1-2). 4 Bendito o fruto do teu ventre, e
o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e
das tuas ovelhas. 8 O SENHOR mandará que a bênção [esteja] contigo nos teus
celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der
o SENHOR teu Deus. 11 E o SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu
ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que
o SENHOR jurou a teus pais te dar. 12 O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o
céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das
tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás
emprestado."
 (Dt 28:1-2, 4, 8, 11-12). Aqui, Deus prometeu abençoar
Israel materialmente, se ela fosse obediente. A promessa inclui abundantes
colheitas, copiosas chuvas, e grandes aumentos nas manadas e nos rebanhos.


Portanto, é minha convicção que as bênçãos e maldições
escritas em Malaquias 3:8-12 referem-se às bênçãos materiais que Deus prometeu
a Israel, se ela obedecesse seus mandamentos e estatutos. Dizimar foi um destes
mandamentos.


Portanto, que podemos concluir sobre o dízimo, sob a Lei
Mosaica? Penso que, com segurança, podemos concluir que o dízimo não tinha nada
a ver com o dar dinheiro regularmente, numa base semanal ou mensal, mas, ao
contrário, tinha a ver com a adoração a Deus conforme ordenada no tempo do
Velho Pacto. O mandamento para dizimar, tal como os mandamentos para não comer
camarão nem ostras, tornou-se obsoleto e foi colocado de lado, pela inauguração
do Novo Pacto, na morte de Cristo. O dízimo foi o sistema de impostos e taxas
ordenado por Deus sob o sistema teocrático do Velho Testamento.


Se alguém deseja dizimar realmente [literalmente] de acordo
com as Escrituras, teria que fazer o seguinte:


1) Deixar seu trabalho e comprar uma terrinha, de
modo que possa criar seu gado e plantar e colher [grãos, verduras e frutas].


2) Encontrar algum descendente de Leví, para
sustentá-lo [e este a um descendente do levita Arão (que realmente seja
sacerdote, no Templo, em Jerusalém)].


3) Usar suas colheitas para observar as festas
religiosos do Velho Testamento (tais como Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes,
Tabernáculos) [quando, como e onde Deus ordenou. Literalmente];


4) Começar por dar pelo menos 20 por cento de todas
as suas colheitas e rebanhos a Deus; e


5) Esperar que [com toda certeza] Deus amaldiçoe sua
nação [em oposição ao próprio crente] com [grande] insuficiência material, se
ela for infiel, ou a abençoe com [grande] abundância material, se for fiel.


Penso que todos nós concluiríamos que isto é completamente
absurdo! Todos reconhecemos que Cristo tem abolido o sacerdócio levítico, os
sacrifícios de animais, e as festas religiosas, em Cristo. Bem, se isto é verdade,
por que estamos tentando segurar [i.é manter] o dízimo, que foi parte e parcela
de todas essas ordenanças do Velho Testamento?



O DÍZIMO DE ABRAÃO 

O que é dízimo voluntário de Abraão?
HEBREUS 07:
1 Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo,
e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o
abençoou;
4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os
dízimos dos despojos.

O dízimo voluntário de Abraão do “despojo da guerra” (o lucro da guerra).
Ló, um homem muito rico, morando nas vizinhança de Sodoma, no lugar errado, no
momento errado, cai nas garras do rei Quedorlaomer, que lhe confisca todos os
bens. 
Lá nos carvalhais de Manre, Abraão toma conhecimento dos fatos. Confabula então
com seus amigos Manre, Escol e Aner. Criam uma tropa de elite com trezentos e
dezoito bravos guerreiros. Todos criados em sua casa. E saem em perseguição a
Quedorlaomer. A vitória é esmagadora. Todos os cativos, “homens, mulheres e o
povo” (Gen. 14:16) são libertados. Todos os “DESPOJOS” recuperados. 
Acontece então uma cena impressionante. Melquisedeque, rei de Salém, a Terra da
Paz, nação dos Jebuseus, aproxima-se de Abraão e o abençoa. Melquisedeque era
Sacerdote do Deus Altíssimo. Talvez um símbolo do Messias. Um Sumo Sacerdote do
Deus verdadeiro saído dentre os “gentios”! Até aí nenhuma novidade. Mais tarde
outras escolhas deste tipo aconteceriam. (Balaão, por exemplo, era um profeta
com poder para abençoar e amaldiçoar nada menos que o povo escolhido de Deus,
sendo ele mesmo um amonita).
Abraão então organiza os despojos recuperados. Contabiliza tudo. Parte dos
despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra. Uma outra parte a Ló e uma
outra parte se referia ao “custo operacional da guerra”. Devolve tudo aos seus
legítimos donos. Mas, antes de fazê-lo, calcula o dízimo sobre o valor destes
despojos (o lucro da guerra) e paga-o ao Sacerdote Melquisedeque. 
Pagar é um termo muito pesado. O texto bíblico diz que Abraão deu o dízimo de
tudo. Não do seu patrimônio, mas dos despojos recuperados na guerra. (Ver
Hebreus 7:4).
Abraão DEU o dízimo. A obrigatoriedade dizimista só começaria a existir na era
levítica. (Veja o contraste das expressões contidas em Levíticos 27:30-33;
Números 18:24; Deuteronômio 14:22-29). Quem usa o exemplo de Abraão como fiel
dizimista, não está atento a vários detalhes: 

a) Abraão deu o dízimo do excedente que ele tinha conquistado na guerra.
(Hebreus 7:4).

b) Muitas das posses que ele recuperou pertenciam a Ló (Gênesis 14:16).

c) A maior parte dos despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra (Gênesis
14:11)

d) Nada pertencia a Abraão, que se recusou a tomar qualquer coisa para si.
(Versos 21-24)

e) A lei dos dízimos (Levíticos 27:30-31) exigia dízimos em forma de coisas
produzidas pela terra: grãos, gado. Em nenhuma parte fala para dizimar despojos
de guerra. 

f) Após a guerra, Abraão ficou com o mesmo “patrimônio” que possuía antes. Não
houve acréscimo de renda. (Gênesis 14:24). Portanto ele deu o dízimo perfazendo
um caminho inverso da orientação teológica apresentada em nossos dias, que
manda dizimar rendas, ganhos e lucros.

g) Os despojos de guerra incluíam serem humanos, escravos capturados do
exército inimigo. Deveriam as nações hoje “dizimar” os prisioneiros de guerra?

h) Para que o dízimo de Abraão tenha o mesmo significado dos dízimos cobrados
hoje pelas igrejas cristãs, ele teria que ter ficado com os outros 90%. Que
dizimista é este que dá 10% para o Sumo Sacerdote e os outros 90% para um rei
pagão, descontando apenas o custo operacional da guerra?

i) Jesus nunca recebeu dízimos. Se Melquisedeque simbolizava a Cristo, por que
não encontramos relatos de pessoas dando dízimos a Jesus durante Seu ministério
aqui na Terra? Não é Ele o Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque? Como ousam
os líderes religiosos hoje exigir dízimos aos seus fiéis na qualidade de
sacerdotes sucessores de Melquisedeque, se o nosso Sumo Sacerdote Jesus não
fazia assim? E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8:32) 

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